ESG e Avaliação Industrial: O Novo Valor dos Ativos Corporativos
Entenda como a sustentabilidade e a governança já impactam avaliações, processos de M&A e decisões estratégicas no mercado global.
Vítor Menezes
8/20/20253 min read


A crescente importância das agendas de ESG (Environmental, Social and Governance) nas políticas corporativas tem transformado profundamente a forma como empresas conduzem seus negócios — desde a gestão de ativos até decisões estratégicas de fusões e aquisições. A avaliação industrial de ativos, tradicionalmente movida por critérios financeiros e técnicos, agora precisa incorporar dimensões de sustentabilidade e responsabilidade social para garantir resiliência, governança transparente e alinhamento com expectativas de mercado. Estudos internacionais demonstram que empresas com fortes práticas ESG desfrutam de menor custo de capital, maior atração de investidores e melhor desempenho em processos de M&A.
No contexto brasileiro, a NBR 14653 fornece a base técnica para avaliação de bens industriais, definindo métodos de mensuração como custo, mercado, renda e critérios de vida útil, depreciação e obsolescência. Incorporar ESG ao processo de avaliação industrial — dentro do rigores técnico da NBR 14653 — significa ir além da mensuração física e contábil, contemplando também como esses ativos impactam, e são impactados por, fatores ambientais, sociais e de governança. Neste artigo, exploramos como essa integração contribui para decisões corporativas mais sustentáveis e valor agregado nas políticas de M&A.
ESG como risco e oportunidade na avaliação de ativos industriais
Os fatores ESG deixaram de ser uma "tendência ética" e tornaram-se variáveis fundamentais em modelos de avaliação e risco corporativo. Ao integrar fatores ambientais, sociais e de governança na avaliação de ativos, as empresas percebem benefícios como redução do custo de capital, confiança dos investidores e melhor posicionamento em M&A.
Exemplos internacionais:
Unilever, Microsoft e BlackRock já incorporam métricas ESG em seus modelos de valuation, usando-as para projetar crescimento sustentável e ajustar múltiplos de avaliação evident.capital.
A PwC ressalta que gestores de fundos que incluem riscos ESG em suas análises identificam melhor os ativos com resiliência a longo prazo, garantindo due diligence mais robusta e atração de investidores alinhados com valores sustentáveis
ESG e M&A: sinergia, confiança e valor agregado
Nas transações de fusões e aquisições, boas práticas ESG reduzem a assimetria de informações, mitigam riscos reputacionais e elevam o ganho de valor. Isso melhora o desempenho pós-M&A e fortalece a integração das operações
Cases relevantes:
Empresas industriais estão realizando aquisições estratégicas com foco em decarbonização, como o caso da SNC-Lavalin, que adquiriu tecnologias para otimizar a vida do ativo e reduzir emissões Bain.
A tendência de desinvestimento em ativos ambientalmente prejudiciais está aumentando, impulsionada por investidores ativistas e questões ESG, como observado na Austrália
Introdução da NBR 14653 e sua sinergia com ESG
A NBR 14653 estabelece diretrizes técnicas robustas para avaliação de bens industriais — definindo métodos como comparativo de mercado, custo e renda, e critérios de depreciação e vida útil. Essa base técnica é essencial, pois garante:
Rigor e confiabilidade nas avaliações;
Transparência e auditabilidade;
Segurança jurídica, fundamental em seguros ou litígios
Como combinar NBR 14653 com ESG: etapas práticas
a) Diagnóstico técnico-tradicional
Aplicar método comparativo, de custo ou de renda conforme NBR 14653;
Avaliar vida útil, estado de conservação, obsolescência, depreciação.
b) Análise ESG dos ativos
Ambiental: consumo de recursos, emissões, resiliência climática;
Social: impacto na comunidade, segurança do trabalho e aspectos sociais;
Governança: compliance, políticas e transparência no uso do ativo.
c) Ajustes na avaliação
Aplicar "prêmio ESG" ao valor avaliado (ou penalidade, se houver riscos);
Ajustar a taxa de desconto por risco ESG, como em modelos DCF com premissas ESG.
d) Documentação e transparência
Registrar metodologias técnicas e ESG;
Incorporar frameworks reconhecidos como ISSB, SASB e GRESB para validar práticas sustentáveis na avaliação de ativos.
A avaliação industrial de ativos não pode mais ser vista apenas sob a ótica técnica ou contábil. A incorporação de critérios ESG— aliada aos sólidos métodos da NBR 14653 — traz uma perspectiva holística que traduz resiliência ambiental, consistência social e governança transparente em valor real. Essa integração gera vantagens como menor risco, maior atração de investidores ESG, melhor desempenho em M&A e segurança jurídica.
Ao aplicar uma abordagem que une rigidez técnica com visão sustentável, você garante que seus ativos são avaliados de forma justa, estratégica e com visão de futuro. Isso fortalece sua credibilidade, posiciona sua empresa frente às exigências regulatórias e de mercado e prepara o caminho para decisões conscientes e lucrativas.
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